09 maio 2011

Lançamento do livro “Em contos: CALPistas na criação”


     Aconteceu na última quinta-feira, dia 05 de maio, no auditório do Instituto Santo Tomás de Aquino, o lançamento do livro “Em contos: CALPistas na criação”. A obra é fruto dos alunos que participaram do CALP no segundo semestre do ano de 2010 com a perspectiva de produção de textos.
    Orientados pela Profª Helena Contaldo, todos que escreviam - seja fazendo uma apresentação, narrando, descrevendo ou dissertando - tinham uma tarefa: a de escutar e comentar os textos lidos pelos colegas. Esse foi, talvez, o maior desafio!
     Interessante fato é que a nossa proposta inicial não contemplava lançar livro algum, entretanto, os textos produzidos nos muitos encontros das tardes de quinta-feira suscitaram a pretensão de publicá-los.
    O evento contou com a presença do professor e membro da direção do Instituto, Pe. Cleto Caliman, demais docentes, dos alunos, convidados e da imprensa.
    Coroou o acontecimento uma brilhante apresentação do trieto musical composto pelos alunos Maksuel Costa (ao centro do palco), fr. Waldelir Soares Araújo, OFM (à direita) e fr. José Roney de Freitas Machado, OFM (à esquerda), que, ao som de música clássica e popular, deixou a plateia muitíssimo satisfeita.
   Na ocasião foram sorteados alguns livros e, em seguida, servido um coquetel com direito a música ao vivo do trio Sony, Ricardo e Márcio Henrique, os primeiros, graduandos do curso de Teologia e, o segundo, aluno do curso de Gestão Pastoral, todos do próprio Instituto.
   Que esse tenha sido apenas um dos inúmeros bons trabalhos que esse grupo tem a mostrar. Parabéns a todos!

Fotos do evento:









Leandro Santos de Carvalho


05 abril 2011

AULA 6: PONTUAÇÃO

Leia o texto.

Abelhas geômetras

As abelhas não só reconhecem as figuras geométricas, mas também sabem distinguir figuras disfarçadas, como um triângulo sugerido apenas por seus contornos. A conclusão é da bióloga Cláudia Boacnin, do Instituto de Psicologia Experimental da Universidade de São Paulo (USP). Cláudia fez uma experiência que consistiu em treinar insetos da espécie Melipona quadrifasciata a buscar água com açúcar dentro de triângulos eqüiláteros. Mais tarde, ela substituiu esses triângulos por uma imagem com contornos ilusórios, o chamado triângulo de Kanizsa (porque foi criado em 1955, pelo cientista italiano Gaetno Kanizsa). Ao lado, colocou duas imagens que nada tinham a ver com triângulos. As abelhas reconheceram a forma que, na experiência inicial, trazia o alimento. Assim, fizeram a maior parte dos pousos (51%) sobre a figura que mais se parecia com um triângulo e apenas 24,5% sobre as outras duas.
Superinteressante, ano 8, n.5.

O parágrafo contém 7 sentenças e, portanto, 7 pontos. Observe que casa sentença contém um sujeito. Veja e complete:
1.    As abelhas...
2.    A conclusão...
3.   
4.   
5.   
6.   
7.   

Podemos tirar uma conclusão prática a respeito do uso do ponto. Geralmente, o ponto aparece sempre que um novo sujeito, e portanto, uma nova informação sobre ele, aparece na sequência do texto. Observe que o sujeito até pode ser o mesmo (Cláudia e ela, por exemplo), mas as informações são diferentes. Se não há ponto separando as sentenças, as informações vão se amontoando no texto e confundindo o leitor.

Exemplo (ruim!!):
Mais de 2.000 quilômetros quadrados de florestas espanholas viraram poeira. Em apenas quinze anos, dizem os especialistas em um congresso recente sobre desertificação eles denunciaram que na província de Almería, sede do evento no sul da Espanha 42% da superfície se transformou em terra estéril, constituindo o maior deserto da Europa.

Em geral, o ponto separa sentenças sintaticamente autônomas:

Cláudia estuda as abelhas. Ela está escrevendo uma tese sobre o assunto.

A emenda com vírgula, nesse caso, atropelaria as informações:

Cláudia estuda as abelhas, ela está escrevendo uma tese sobre o assunto.

Mas a língua dispõe de conjunções que substituem o ponto e estabelecem uma relação lógica entre uma informação e outra:

Cláudia estuda as abelhas e está escrevendo uma tese sobre o assunto.
Cláudia estuda as abelhas porque está escrevendo uma tese sobre o assunto.

A emenda com vírgula pode ser um recurso estilístico/literário:

Ele abriu a porta, ela esperou, ele não disse nada.

O uso do ponto cria um efeito de sentido diferente:

Ele abriu a porta. Ela esperou. Ele não disse nada.

Com a prática, você saberá sentir as nuanças de significação criadas por uma ou outra pontuação, e quando poderá “quebrar” as regras para enriquecer seu texto.

Agora, vamos pontuar:
1.    A vida em Estouros, povoado a 290 quilômetros de Belo Horizonte, segue um ritmo que parece eterno, os habitantes acordam com o raiar do sol e dormem quando as estrelas começam a surgir, os homens trabalham a terra e as mulheres cuidam da casa e dos filhos, nas refeições, as famílias se alimentam daquilo que a terra lhes devolve: feijão, arroz, couve, abóbora, de vez em quando, carne de porco ou de galinha, criados no quintal, ali ninguém conhece hambúrguer, pizza nem maionese, os jornais só aparecem para embrulhar encomenda, Estouros é um lugar sem aquele eletrodoméstico que ocupa um lugar central na residência da maioria dos brasileiros – um aparelho de TV.
2.    Quem dá uma dentada num suculento sanduíche Big Mac ouve, ao longe, o gemido de mais uma centenária árvore amazônica sendo derrubada, pelo menos é o que querem provar os ecologistas ingleses David Morris e Helen Steel, do grupo London Greenpeace, eles acusam o Mac Donald’s de fazer seus hambúrgueres, no Brasil, com carne de gado que almoça e janta sobre antigas florestas devastadas, os executivos da potência americana dos sanduíches juram que seus Big Macs são politicamente corretos e estão processando os dois ecologistas, além de uma indenização que pode chegar a US$ 10 milhões, a empresa quer proibir os irrequietos Morris e Steel de distribuir o folheto O que está errado com o Mac Donald’s, do qual já foram feitos 1,5 milhão de cópias, em 24 idiomas.

Informações complementares:
Toda sentença complexa bem estruturada quase sempre gira em torno de um sujeito e de um predicado, isto é, em cada sentença dizemos algo de alguma coisa.
Há, também, uma série de informações que podem ser anexadas a esse eixo central da sentença complexa, informações complementares:

1.    Mais tarde, ela substituiu esses triângulos por uma imagem com contornos ilusórios.
2.    Ao lado, Cláudia colocou duas imagens que nada tinham a ver com triângulos.

Essa informação normalmente é separada por vírgula se estiver deslocada na frase. Teste, reescrevendo as frases, os locais onde a informação complementar pode aparecer:

1.    As aparências quase sempre enganam em matéria de saúde.
2.    Você encontra todas as dicas para acompanhar o eclipse com segurança nas páginas seguintes.
3.    O elipse será parcial no resto do país.

O ponto-e-vírgula:
Para separar itens de uma enumeração (use letra minúscula!):
Os problemas do time são:
a)    falhas na defesa;
b)   goleiro inexperiente;
c)    excesso de lesões nos jogadores.

A enumeração também pode ser contínua:

Os problemas do time são: falhas na defesa; goleiro inexperiente; excesso de lesões nos jogadores.

Nas sentenças (pode ser substituído por ponto):

Os maias construíram uma civilização admirável; apesar disso, nada sobrou além de ruínas.
O problema não é exatamente o preço alto; o problema é o salário baixo.

Exemplo (ruim!):
Imaginando o que poderia ter acontecido; o vizinho saiu à procura do filho.
O resultado do Macjulgamento; como vem sendo chamado pelos ingleses, deve sair nos próximos meses.

Treinando:
1.    Na verdade, o ministério não é coeso, existem diferenças ideológicas substanciais entre algumas pastas.
2.    A falta de verbos é um aspecto importante, igualmente importante, entretanto, é a vontade política.
3.    O ponto-e-vírgula não divide sentenças simplesmente em função da pausa, na maior parte dos casos, ele divide sentenças sintaticamente autônomas que mantêm uma forte relação semântica entre si.

Reescreva cada grupo de duas sentenças abaixo em uma única sentença complexa, transformando a primeira informação numa informação complementar:
a)    O juiz estava preocupado com a violência. Ele baixou uma portaria proibindo a circulação de menores de 18 anos pelas ruas da cidade depois da meia-noite.
b)   Outros juízes se inspiraram no exemplo. Eles também decretaram o toque de recolher à meia-noite.
c)    O juiz ancorou-se na constatação de que 30% das ocorrências policiais têm adolescentes envolvidos. Ele assinou a portaria.
d)   As mães estavam apavoradas com a violência. Elas proibiram os filhos de sair às ruas.
e)    Alguns advogados se espantaram com a portaria. Eles contestaram-na na Justiça.

FARACO, Carlos A.; TEZZA, Cristovão. Oficina de texto. 3.ed. Petrópolis: Vozes, 2003. p.107-113. Adaptado.

10 março 2011

Exercício de fixação sobre o texto Cultura da Paz (autor: Leonardo Boff)


1.     1. De acordo com as respostas dadas no exercício anterior (ainda sobre o texto de Boff, Cultura da paz), faça um esquema em sejam apresentados o fato, a questão e a posição contrária do autor, além de argumentos que levem a uma conclusão baseada na análise textual.

1.     2. No esquema construído, por enquanto, você tem apenas as ideias mais relevantes. Entretanto, no resumo, como já foi dito, devemos manter as relações que o autor estabelece entre elas (de exemplificação, de causa/consequência, de conclusão). Uma das formas de indicar essas relações é o uso de conectivos ou organizadores textuais. Assim, utilize os conectivos abaixo para completar os sete quadros menores no esquema, explicitando essas relações: PORQUE, PORTANTO, MAS.

2.     3. Escolha outros conectivos que possam substituir os três do item anterior, para indicar:

a)     Argumentos ou justificativas:
b)     Conclusões:
c)      Teses contrárias uma à outra:

3.     4. Identifique os conectivos trecho de texto abaixo. Orientando-se por eles, complete a tabela.

Não acredite em nenhum “método” ou (pior) “metodologia” para fazer crítica de textos – não porque os métodos ou as metodologias sejam intrinsecamente maus, mas simplesmente porque eles o impedem de pensar de modo independente e de desfrutar sua liberdade intelectual em uma dimensão de pensamento que não admita regularidades rígidas (adaptado de Hans Ulrich Gumbrecht, Crítica. IN: Fola de S.Paulo, Caderno Mais, domingo, 13 out. 2002).

TESE

Argumentos que sustentam a tese

Conectivo que introduz os argumentos


4.     5. Identifique os organizadores textuais utilizados nos Resumos 1 e 2 (AULA 1). Agora, compare esses dois resumos em relação ao uso dos organizadores textuais. O que se pode concluir?

Concluindo...
Para que o resumo seja claro e coerentee, é preciso indicar as relações entre as ideias do resumo e explicar as relações entre as ideias do texto. Para isso, utilizamos os organizadores textuais (ou conectivos) que melhor expressem as relações entre as ideias do texto original.


MACHADO, Anna Rachel (coord.); LOUSADA, Eliane; ABREU-TARDELLI, Lília Santos. Resumo. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. (Leitura e produção de textos técnicos e acadêmicos, 1). (Adaptado).


28 fevereiro 2011

AULA 3: ACENTUAÇÃO GRÁFICA

A acentuação serve para auxiliar a representação escrita da linguagem. Quando ouvimos, distinguimos com facilidade uma sílaba tônica de uma sílaba átona. Quando lemos, entretanto, isso não é tão fácil. Na escrita, os acentos têm a função de distinguir, por exemplo, secretaria/secretária, mágoa/magoa, público/publico.

Recentemente, entrou em vigor uma nova reforma ortográfica. Esse processo de mudanças no sistema de escrita da língua portuguesa teve início em 1990, quando os países que falam português – Brasil, Portugal, Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Timor Leste e São Tomé e Príncipe – assinaram em Lisboa um acordo ortográfico. A partir de 2009, esse acordo passou a vigorar no Brasil.

Com ele, todos os países cujo idioma oficial é o português passaram a ter um único sistema de escrita. Assim, um leitor brasileiro, por exemplo, pode ler um livro publicado em Moçambique ou Portugal sem estranhar a grafia das palavras.

Para que o acordo ocorresse, todos os países tiveram que fazer concessões e aceitar algumas mudanças. Para os brasileiros, o acordo não provocou mudanças drásticas. Estima-se que apenas 0,5% das palavras do português sofreu mudanças.

Regras de acentuação gráfica

1. Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em a(s), e(s), o(s) e em ditongos abertos éi(s), éu(s) e ói(s).

2. Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em a(s), e(s), o(s) e em(ens) e nos ditongos abertos éi(s), éu(s) e ói(s).

3. Acentuam-se as paroxítonas terminadas em l, n, r, x, ã(s), ão(s), i(s), ei(s), um(uns), us, ps.

4. Acentuam-se todas as palavras proparoxítonas.

5. Acentuam-se as vogais i e u tônicas dos hiatos, seguidas ou não de s, nas palavras oxítonas e paroxítonas (exceto quando seguidas de nh).

6. Acento diferencial

O verbo pôr é acentuado para diferenciar-se da preposição por/a forma verbal pôde diferencia-se de pode.

Os verbos vir e ter na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo recebem acento circunflexo para diferenciarem-se da 3ª pessoa do singular. Os derivados, como deter, manter, reter, intervir, etc. obedecem à regra das oxítonas. Na 3ª pessoa do plural, entretanto, usa-se o acento circunflexo para a diferenciação.

O que mudou com o novo acordo?

- não se acentuam mais os ditongos abertos ei e oi nas palavras paroxítonas;
- não se acentuam mais as vogais i e u tônicas precedidas de ditongo nas paroxítonas;

- o trema deixou de existir na língua portuguesa;

Para refletir e exercitar, uma questão do vestibular da Unicamp (2009):

Reportagem da Folha de São Paulo informa que o presidente do Brasil assinou decreto estabelecendo prazos para o país colocar em prática o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que unifica a ortografia nos países de língua portuguesa. Na matéria, o seguinte quadro comparativo mostra alterações na ortografia estabelecidas em diferentes datas:

Após as reformas de 1931 e 1943:

Êles estão tranqüilos, porque provàvelmente não crêem em fantasmas.

Após as alterações de 1971:

Eles estão tranqüilos, porque provavelmente não crêem em fantasmas.

Após o novo acordo, a vigorar a partir de janeiro de 2009:

Eles estão tranquilos, porque provavelmente não creem em fantasmas.

Sobre o acordo, a reportagem ainda informa:

As regras do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que entram em vigor no Brasil a partir de janeiro de 2009, vão afetar principalmente o uso dos acentos agudo e circunflexo, do trema e do hífen. Cuidado: segundo elas, você não poderá mais dizer que foi mordido por uma jibóia, e sim por uma jiboia. (...)

(Adaptado de E. Simões, “Que língua é essa?”. Folha de S.Paulo, Ilustrada, p. 1, 28/09/2008.)

a) O excerto acima supõe que alterações ortográficas modifiquem o modo de falar uma língua. Mostre a palavra utilizada que permite essa interpretação. Levando-se em consideração o quadro comparativo das mudanças ortográficas e a suposição expressa no excerto, explique o equívoco dessa suposição.

Ainda sobre a reforma ortográfica, Diogo Mainardi escreveu o seguinte:

Eu sou um ardoroso defensor da reforma ortográfica. A perspectiva de ser lido em Bafatá, no interior da Guiné-Bissau, da mesma maneira que sou lido em Carinhanha, no interior da Bahia, me enche de entusiasmo. Eu sempre soube que a maior barreira para o meu sucesso em Bafatá era o C mudo [como em facto na ortografia de Portugal] (...)

(D. Mainardi, “Uma reforma mais radical”. Revista VEJA, p. 129, 8/10/2008.)

b) O excerto acima apresenta uma ironia. Em que consiste essa ironia? Justifique.

17 fevereiro 2011

Aula 2: A COMPREENSÃO GLOBAL DO TEXTO A SER RESUMIDO

Caro CALPista,
sinta-se motivado para publicar, neste espaço que é nosso, suas produções textuais, seus comentários, suas indagações.
Abraço,
helena


Leia o texto Cultura da paz, de Leonardo Boff, na íntegra.

Primeiras informações (identifique):
a)    O gênero do texto;
b)   O meio de circulação;
c)    O autor;
d)   A data de circulação;
e)    O tema.

Procedimentos de compreensão de vocabulário (indique exemplos):
a)    Pesquisa no dicionário;

b)   Contextualização da palavra no próprio texto;
c)    Análise do processo de formação da palavra;

d)   Outros:

Qual o fato enunciado pelo autor no primeiro parágrafo? Que exemplos ele dá para comprovar que o fato é verdadeiro? Que questão que o autor vai discutir a partir da constatação desse fato (sublinhe-a no texto)?



Que respostas são dadas a essa pergunta por Freud e pelo próprio autor? Indique o parágrafo em que essas respostas são dadas explícita ou implicitamente (complete o quadro):

Resposta
Parágrafo
Freud




Boff





Releia os parágrafos 2, 3 e 4.
O autor apresenta três argumentos uqe podem ser usados para justificar a ideia de que é impossível chegarmos à cultura da paz. Quais são as expressões que indicam essa enumeração de argumentos? Quais são os três argumentos? Resuma-os com suas próprias palavras.




Releia o sexto parágrafo e responda quais são os argumentos usados pelo autor para justificar sua afirmação de que a construção da cultura da paz é absolutamente necessária. Qual o conectivo que introduz esses argumentos?

A que conclusão o autor pretende chegar, isto é, qual é seu objetivo maior?

Atenção:
Na etapa de compreensão do texto a ser resumido, auxilia conhecer o autor, sua posição ideológica, as ideias que são mais relevantes...
Identifique:
- a questão que é discutida;
- a posição que o autor rejeita;
- a posição que o autor sustenta;
- os argumentos que sustentam ambas as posições;
- a conclusão final do autor.
MACHADO, Anna Rachel (coord.); LOUSADA, Eliane; ABREU-TARDELLI, Lília Santos. Resumo. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. (Leitura e produção de textos técnicos e acadêmicos, 1). (Adaptado).

Aula 1: O GÊNERO RESUMO ESCOLAR/ACADÊMICO E O OFÍCIO DA ESCRITA

ATIVIDADE 1
Veja os exemplos abaixo, escritos com base no texto Cultura da paz, de Leonardo Boff[1].
Exemplo 1:
Ele diz que a cultura dominante se caracteriza pela vontade de dominação da natureza e do outro. É posível superar a violência? Freud diz que é impossível controlar o instinto de morte. Boff diz que a evolução humana sempre esteve regida pela violência. Em segundo lugar, a cultura patriarcal instalou a dominação da mulher pelo homem e que a lógica de nossa cultura é a competição. Veja-se, por exemplo, o número de atos de violência contra a mulher em São Paulo. Precisamos opor a cultura da paz à cultura da violência. Onde buscar as inspirações para a cultura da paz? Somos seres sociais e cooperativos, temos capacidades de afetividade. O homem pode intervir no processo de evolução. Desde os tempos de César Augusto, os filósofos acham que o cuidado é a essência do ser humano. Gandhi, Dom Hélder Câmara e Luther King são figuras qque deram exemplo de comportamento humano. Eu acho que todos nós devemos lutar pela paz.

Exemplo 2:
Leonardo Boff inicia o artigo “Cultura da paz” apontando o fato de que vivemos em uma cultura que se caracteriza fundamentalmente pela violência. Diante disso, o autor levanta a questão da possibilidade de essa violência poder ser superada ou não. Inicialmente, ele apresenta argumentos que sustentam a tese de que seria impossível, pois as próprias características psicológicas humanas e um conjunto de forças naturais e sociais reforçariam essa cultura da violência, tornando difícil sua superação. Mas, mesmo reconhecendo o poder dessas forças, Boff considera que, nesse momento, é indispensável estabelecermos uma cultura da paz contra a da violência, pois esta estaria nos levando à extinção da vida humana no planeta. Segundo o autor, seria possível construir essa cultura, pelo fato de que nos permitem sermos sociais, cooperativos, criadores e dotados de recursos para limitar a violência e de que a essência do ser humano seria o cuidado, definido pelo autor como sendo uma relação amorosa com a realidade, que poderia levar à superação da violência. A partir dessas constatações, o teólogo conclui, incitando-nos a despertar as potencialidades humanas para a paz, construindo a cultura da paz a partir de nós mesmos, tomando a paz como projeto pessoal e coletivo.

Exemplo 3:
No artigo “Cultura da paz”, Lonardo Boff defende a necessidade de construirmos a cultura da paz a partir de nós mesmos. O autor considera que isso é possível, uma vez que o homem é dotado de características genéticas especiais que lhe permitiriam vencer a violência.


Qual, a seu ver, seria considerado pelo professor o melhor resumo? 1, 2 ou 3?
Por quê?
(  ) correção gramatical e léxico adequado à situação escolar acadêmica;
(  ) seleção das informações consideradas importantes pelo leitor e autor do resumo;
(  ) seleção das informações colocadas como as mais importantes no texto original;
(  ) indicação de dados sobre o texto resumido, no mínimo autor e título;
(  ) o resumo permite que o professor avalie a compreensão do texto lido, incluindo a compreensão global, o desenvolvimento das ideias do texto e a articulação entre elas;
(  ) comentários pessoais misturados às ideias do texto;
(  ) menção ao autor do texto original em diferentes partes do resumo e de formas diferentes;
(  ) menção de diferentes ações do autor do texto original (o autor questiona, debate, explica...);
(  ) texto compreensível por si mesmo;
(  ) cópia de trechos do texto original sem guardar as relações estabelecidas pelo autor.

MACHADO, Anna Rachel (coord.); LOUSADA, Eliane; ABREU-TARDELLI, Lília Santos. Resumo. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. (Leitura e produção de textos técnicos e acadêmicos, 1). (Adaptado).



ATIVIDADE 2
O QUE É ESCREVER?

Escreva um pequeno texto contando como é a sua relação com a escrita. Procure dar respostas para as seguintes perguntas:

1.    Você gosta de escrever? Por quê?
2.    Quais são os seus problemas ou dificuldades com a escrita? Eles ocorrem na escrita de algum tipo de texto específico?
3.    Como você resolve esses problemas ou essas dificuldades?
4.    Qual é a parte mais fácil da escrita?
5.    O que você espera aprender em um curso de produção de textos acadêmicos?

Atenção: Não precisa medir palavras nem escrever bonito, faça um texto sincero sobre sua relação com a escrita.

Lembre-se de que nenhum texto fica pronto assim que acabamos de escrever a última palavra, por isso, releia o seu texto conferindo a digitação e a ortografia, confira a pontuação, dê uma olhada na concordância, na regência, no vocabulário, nas estruturas das frases, na paragrafação e no que mais você se lembrar. Observe se você está sendo claro, se o texto está adequado ao leitor (seus colegas), se não há mistura de registros (formal e informal) e se está adequado aos seus objetivos.

Esta atividade pretende mostrar a você que vários passos estão envolvidos na escrita. Entre eles podemos citar:
1º passo: selecionar as ideias;
2º passo: organizá-las;
3º passo: transformá-las em textos;
4º passo: fazer revisão e reescrita do texto.
Esses passos devem ser seguidos, levando-se em consideração as condições de produção que são estabelecidas por três perguntas:

O QUE VOU FALAR?         (assunto)
PARA QUEM?                   (leitor)
PARA QUÊ?            (objetivo, propósito)

Através dessas perguntas você identificará o assunto principal do seu texto, o seu interlocutor e o seu objetivo. Com isso em mente, será mais fácil para você decidir qual gênero de texto será escrito e que registro (grau de formalidade) será usado. Essas perguntas também podem ser de grande ajuda no momento da revisão. Com elas você pode avaliar se o texto está adequado à proposta.

Para finalizar essa seção, gostaríamos de apresentar algumas observações importantes:
- Para escrever bem é preciso praticar bastante, portanto, escreva sempre que puder.
- O planejamento, bem como a revisão e a reescrita, são partes muito importantes do processo de escrita. Lembre-se deles.
- O dicionário e a gramática devem ser consultados sempre que houver alguma dúvida, por isso você não precisa se preocupar em decorar nenhum dos dois.
(Acrescente à sua lista outras observações que você julgar importantes para a tarefa de produzir um texto).

COSCARELLI, Carla; MITRE, Daniela. Oficina de leitura e produção de textos. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007. p.12-14. (Adaptado).













[1] Disponível em: . Acesso em: 08 fev. 2010. 

2011: novo grupo, novas atividades

Bem-vindos, caros CALPistas, calouros e veteranos!
Neste semestre, o tema do CALP é dedicado ao texto acadêmico:

ESCREVER MELHOR: ASPECTOS GRAMATICAIS E ESTILÍSTICOS DO TEXTO ACADÊMICO

Muita dedicação, muito esforço, para que a escrita seja cada vez mais, para nós, prazerosa.

Abraço,
helena